1501 - 1568 (67 años)
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Nombre |
Garcia de Orta y Gomes |
Título |
Medico |
Parentesco | with Maritza Uribe Senior
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Nacimiento |
1501 |
Castelo de Vide, Portoalegre, Portugal |
Sexo |
Varón |
También conocido/a como |
Abraham de Orta |
Fallecimiento |
1568 |
Old Goa, Goa, India |
ID Persona |
I2578 |
rodriguezuribe.co |
Última Modificación |
12 Mar 2023 |
Padre |
Fernao (Isaac) de Orta, n. 1451, Valencia de Alcantara, Extremadura, España f. 1521, Portugal (Edad 70 años) |
Madre |
Leonor Gomes, n. 1459, Alburquerque, Badajoz, Extremadura, España f. Old Goa, Goa, India |
Marriage |
Sí, fecha desconocida |
Hijos |
4 hijos |
| 1. Medico Garcia de Orta y Gomes, n. 1501, Castelo de Vide, Portoalegre, Portugal f. 1568, Old Goa, Goa, India (Edad 67 años) | | 2. Violante de Orta y Gomes, n. 1502, Valencia de Alcantara, Extremadura, España f. Old Goa, Goa, India | | 3. Isabel de Orta y Gomes, n. 1504, Valencia de Alcantara, Extremadura, España | + | 4. Catarina de Orta y Gomes, n. 1513, Castelo de Vide, Portoalegre, Portugal f. 23 Sep 1569, Old Goa, Goa, India (Edad 56 años) | |
Historias |
| GARCIA D'ORTA
COMEMORAÇÃO DO QUARTO CENTENÁRIO DA SUA PARTIDA PARA A INDIA EM 12 DE MARÇO DE 1534 De AUGUSTO DA SILVA CARVALHO |
ID Familia |
F1215 |
Hoja del Grupo | Family Chart |
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Notas |
- Garcia de Orta (Castelo de Vide, c.1500 — Goa, c.1568).
Médico judeu português que viveu na Índia no século XVI. Autor pioneiro sobre Botânica, Farmacologia, Medicina tropical e Antropologia.
Nasceu em 1501 em Castelo de Vide, filho do mercador Fernando (Isaac) de Orta e de Leonor Gomes. Os pais eram judeus espanhóis e por isso, foram expulsos do país pelos Reis Católicos (1492), refugiando-se em Castelo de Vide. Estudou nas Universidades de Salamanca e Alcalá de Henares, diplomando-se em Artes, Filosofia natural e Medicina, por volta de 1523.
Regressou a Castelo de Vide (1523) e foi dado como apto para praticar medicina em 1526, mudando-se então para Lisboa.
Em Lisboa, tornou-se médico de D. João III e conheceu o grande matemático Pedro Nunes. Foi escolhido para dar conferências de Filosofia Natural na Universidade de Lisboa, e em 1533 foi eleito pelo conselho para professor da cadeira.
Embarcou para a Índia a 12 de Março de 1534 como médico pessoal de Martim Afonso de Sousa, que foi para o Oriente como capitão-mor do mar da Índia entre 1534 e 1538 e governador de 1542 a 1545.
Depois de acompanhar o seu patrono durante os quatro anos em que este granjeou grande prestígio em várias campanhas militares na Índia, Orta estabeleceu-se como médico em Goa, onde adquiriu grande reputação. Aí ganhou a amizade de Luís de Camões.
Graças ao seu serviço e amizade com o Vice-Rei, foi lhe doado o foro da cidade de Bombaim, então sob domínio português.
Em 1541 casou com uma rica herdeira, Brianda de Solis e tiveram várias filhas. Depois do regresso de M. A. de Sousa a Portugal, Orta permaneceu na Índia como médico.
Foi considerado um médico conceituado em Goa, praticando medicina no hospital e na prisão de Goa.
Foi médico de figuras relevantes do meio político e social como o Sultão de Ahmadnagar, exercendo igualmente o comércio e outras actividades lucrativas. Apesar de nunca ter visitado a região do Golfo Pérsico ou de ter viajado para oriente de Ceilão, Orta contactou em Goa com comerciantes e viajantes de todas as nacionalidades e religiões.
Garcia de Orta faleceu em Goa em 1568 sem nunca ter tido directamente problemas com a Inquisição, apesar de esta ter estabelecido um tribunal na Índia em 1565.
Contudo, logo após a morte de Orta, a Inquisição iniciou uma feroz perseguição à sua família. A sua irmã, Catarina, foi condenada por judaísmo e queimada viva num Auto-de-Fé em Goa, em 1569. Esta perseguição culminou em 1580 com a exumação da Sé de Goa dos restos mortais do próprio médico e a sua condenação à fogueira por judaísmo.
A obra que perpetuou o nome de Garcia de Orta foi o livro Colóquio dos simples e drogas e coisas medicinais da Índia, editado em Goa em 1563. Este trabalho está em português e na forma de diálogo entre o próprio Orta e Ruano, um colega recém-chegado a Goa e ansioso por conhecer a matéria médica da Índia. Os Colóquios incluem 58 capítulos onde se estuda um número aproximadamente igual de drogas orientais, principalmente de origem vegetal, como o aloés, o benjoim, a cânfora, a canafístula, o ópio, o ruibarbo, os tamarindos e muitas outras.
Nesses capítulos, Orta apresenta a primeira descrição rigorosa feita por um europeu das características botânicas (tamanho e forma da planta), origem e propriedades terapêuticas de muitas plantas medicinais que, apesar de conhecidas anteriormente na Europa, o eram de maneira errada ou muito incompleta e apenas na forma da droga, ou seja, na forma de parte da planta colhida e seca.
Contrariamente à atitude dominante entre os médicos portugueses dos séculos XVI a XVIII, que consideraram o estudo da matéria médica como um tema menor, dirigindo os seus dotes literários para as observações clínicas, Orta interessou-se prioritariamente pelo estudo das propriedades das drogas e medicamentos.
Para além do seu valor científico, esta obra inclui a primeira poesia impressa da autoria de Luís de Camões.
Orta não só não receou que o seu gosto pela matéria médica e pela botânica pudesse levar a que fosse confundido com um boticário, pois viu-se obrigado a dispensar a tutela do próprio Dioscórides, ao tratar de drogas medicinais que o autor greco-romano na sua maioria desconhecia.
Apesar de se apoiar na autoridade de vários autores, como Dioscórides, Plínio, Avicena, Serapião e Antonio Musa Brasavola, Orta não hesita em dar a primazia à autoridade da sua própria experiência: "Não me ponhais medo com Dioscórides nem Galeno, porque não hei de dizer senão a verdade, e o que sei", exclamou ele no colóquio n.º9.
Apesar de se debruçar prioritariamente sobre a matéria médica, Orta também inclui, além de vários outros assuntos, algumas observações clínicas, das quais é de destacar a primeira descrição da cólera asiática feita por um europeu, baseada na autópsia de um doente seu falecido com a doença.
Escrito em português, e não em latim como era habitual na literatura médica, o livro de Garcia de Orta só se tornou conhecido na Europa através da versão latina editada pelo médico e botânico Charles de l'Escluse, também conhecido por Clusius (1525-1609).
Clusius esteve na Península Ibérica a herborizar entre Maio de 1564 e Maio de 1565, onde visitou Salamanca, Madrid, Alcalá de Henares e outras localidades. Clusius esteve em Portugal, nomeadamente em Lisboa em Coimbra, desde Setembro de 1564 até meados de Janeiro de 1565. Foi durante esta visita que Clusius obteve a posse de um exemplar do livro de Garcia de Orta.
Clusius publicou em 1567 a edição latina resumida e anotada dos Colóquios, intitulada Aromatum et Simplicium aliquot medicamentorum apud Indios nascentium historia ante biennium quidem Lusitanica língua… conscripta, D. Garcia ab Horto auctore.
A procura deste livro foi muito grande e ele contou com mais cinco edições revistas e ampliadas, ainda em vida. Além da versão de Clusius, os Colóquios circularam ainda em castelhano através do livro Tractado de las drogas y medicinas de las Indias Orientales (1578) do médico português Cristóvão da Costa (ca. 1525-1593). Como Clusius, Costa reorganizou a estrutura e corrigiu o texto de Orta, adicionando-lhe gravuras, que eram totalmente inexistentes nos Colóquios. Como fez com o texto original de Orta, Clusius também traduziu para latim o livro de Cristóvão da Costa.
- ORTA -de Castelo de Vide rumo à diáspora-
Dr. Garcia de Orta. Nascido em Castelo de Vide, provavelmente em 1501 39. Estudou, após 1515, nas universidades de Salamanca e Alcalá de Henares, especializando-se em Gramática, Artes e Filosofia Natural. Em 1523 licenciou-se em Medicina 40, tendo depois regressado à sua terranatal onde exercera clínica. Em 1526 foi-lhe concedida licença para praticar medicina. E aproveitando a licença concedida resolvera, nesse mesmo ano, mudar-se para Lisboa, onde exercera medicina ao serviço do rei D. João III. Em 1530 é admitido na Universidade de Coimbra como professor da cadeira de Lógica. Chegou a privar com o ilustre matemático Pedro Nunes. Leccionou a cadeira de Filosofia Natural na Universidade de Lisboa, por deliberação do conselho da mesma universidade em 1533, após ter dado algumas conferências no âmbito da mesma temática. Em 12.03.1534 resolvera embarcar para a Índia como médico pessoal
de Martim Afonso de Sousa, capitão-mor do mar da Índia e depois governador daquele território. Em Goa, «o Ervas», assim conhecido devido ao seu gosto e dedicação pelo estudo das plantas, adquirira grande reputação no exercício da arte de curar, tendo-a exercido quer no hospital como na prisão. Destacou-se como médico de figuras de renome no quadrante político e social da época, sendo exemplo Burhan Nizam Shah,
o sultão de Ahmadnagar. Ainda em Goa veio a privar com o grande poeta Luís de Camões, de quem se tornara grande amigo, bem como do vice-rei Pedro Mascarenhas. Foi a amizade com este último que lhe possibilitou usufruir do foro da ilha de Bombaim, em 1554, onde mandara erigir uma quinta ou solar. No
mesmo local edificaram os britânicos, mais tarde, o Forte (ou Castelo) de Bombaim, também conhecido por «Casa deOrta» 41.
39 Não deixaremos de assinalar como, no mínimo, discutíveis, se não mesmo absurdas, em nossa perspectiva, algumas
afirmações de Julio Caro Baroja, historiador espanhol que viveu entre 1914 e 1995, quando se refere a Portugal e/ou aos
portugueses, demonstrando um estilo, porventura, exacerbadamente patriótico, como a quem parece que os rios deverão ser pertença só da terra onde brotam. O mesmo autor defende ainda, perante a evidência dos factos revelados pelas fontes documentais apresentadas pelo investigador Joaquim Carvalho e reforçadas por António Borges Coelho ao esclarecerem a naturalidade dos pais e avós de Baruch Espinosa, que a família do filósofo era espanhola, ignorando o facto de já existirem «Espinosas» no Alentejo, havia pelo menos 100 anos antes do nascimento do mesmo. «… en realidade, Garcia d´Orta, Epinosa Y Oróbio de Castro, Cardoso y Méndez Silva, o cualquier outra personalidad judaica de las que salieron o vivieron fuera de la Península, oriundos de Portugal y conocedores de la lengua española, no pueden ser considerados como portugueses (o españoles) más que de modo subjetivo». [Cf. Baroja, Julio Caro. op. cit., p. 221]
40 Serrao, Joel (1968). «Orta, Garcia de», Dicionário de História de Portugal, III. Lisboa: Iniciativas Editoriais. 248-249.
41 In https://pt.wikipedia.org/wiki/Garcia_de_Orta..
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